12 de mai. de 2014

O Rádio Não Vai Acabar!

O rádio - amado, injustiçado e heroico - vem entretendo e informando os brasileiros desde a década de 20, caminhando para fazer um século de bons serviços.
Ele sobreviveu à popularização da TV nos anos 50 e 60, contrariando todos os prognósticos da época. Hoje, novamente sob ataque e vaticínios de morte, ele vem sobrevivendo à universalização da gigantesca World Wide Web (www) - nossa amada Internet - novamente mostrando grande resistência.

O rádio: vivo e cheio de charme.

Porquê? Qual seu segredo? É mesmo uma questão de tempo até sua morte?

O erro dos que acham que o rádio não tem lugar neste mundo altamente tecnológico é que eles estão subestimando seus valores e, por causa destes, ao contrário do que há tempos tem sido profetizado, o rádio não vai desaparecer! Não pelo menos no curto e médio prazo, ou até onde este mundo cheio de cada vez mais rápidas mudanças nos permite prever. Ele sempre terá seu lugar, seu nicho de mercado, assim como o livro de papel.

Deste modo, não cometamos o erro de menosprezá-lo, pois como foi dito acima, ele tem valorosas características. Algumas delas são:

  1. Físicas. Seu meio ambiente é a sonosfera, e por isso tem os poderes do som, como a omnidirecionalidade, nos permitindo locomover com total liberdade, até mesmo a outro ambiente e com grandes obstáculos materiais entre nós e o auto-falante e, mesmo assim, ficamos auditivamente sintonizados;
  2. Sinergéticas. Não tem dificuldades nem estresses, é só ligar e curtir, e a única interatividade possível e atenção necessária é a escolha da emissora. É o caminho de mínima energia que a natureza (e a gente) tanto adora;
  3. Geográficas. O rádio é uma mídia local, regional, trazendo maior noção de coletividade e tornando-o um instrumento de utilidade pública;
  4. Multitarefas. Por não necessitar de atenção demasiada, é a única mídia possível - fora simples tocadores de música - para ser utilizada enquanto se dirige ou trabalha, ou se interage com o mundo de alguma outra forma;
  5. Sociais. É democrático, pois basta um receptor baratinho (que ainda pode ser o antigo aparelho de rádio!) para se ter acesso;
  6. Artísticas. Depende ainda mais, quando comparado com outras mídias com mais recursos, do talento do locutor na arte de construir imagens na cabeça dos ouvintes e induzir emoções. É a eterna arte de um bom contador de histórias sendo requisitada;
  7. Mentais. Estimula a imaginação ao permitir, não a visão de uma figura pronta, mas da construção pessoal na mente de ouvinte da imagem daquilo que sai do auto-falante na forma de ondas sonoras. Somos, assim, co-criadores da história!
  8. Libertárias: Representa a libertação da atual e estressante necessidade de ter de escolher em demasia - como na Internet - ou da prisão de fixar o olhar na imagem - como na TV - nos preenchendo de encantadora simplicidade!

Enfim, o Rádio não é um patinho feio, muito menos um moribundo.
Ele possuiu qualidades únicas e características próprias e que, no final das contas, são produtos de grande valor comercial!

O ser multimidiático da atualidade quer ser ouvinte, espectador, internauta e leitor.

Quer diversidade e o melhor de cada um!


O rádio, definitivamente, não vai acabar!


Dival.

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Como adicional, deixo aqui um link do YouTube com a declamação radiofônica de um poema sobre o Rádio, como costumava ouvir à beira do fogão com minha mãe, quando eu era criança:

https://www.youtube.com/watch?v=s8nd8ED-8sU

Ouçam também sem imagens, como num rádio ouviriam...
Nostálgico, nostálgico...

E se o link "sair do ar", avisem pra mim, beleza? :)

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