12 de abr. de 2015

Os Fascinantes Encontros Entre Humanos e Animais

Já reparou, caro leitor, que geralmente um encontro inesperado com um animal selvagem no ambiente do mesmo é sempre algo marcante?


E o que, exatamente. quer dizer esta fascinação dos humanos quando se vêem, repentinamente, diante de outros animais?

Experienciamos um momento de excitação, de curiosidade, até mesmo de festa e regojizo; geralmente existe o antagonismo do medo misturado com o desejo de aproximação.

Queremos prolongar o momento e ficamos quietinhos por um tempo, só observando...
Cochichamos para alguém do lado, se não estivermos sós, "olha lá! olha lá!" seguido de um: "fica quieto!". Logo nos vemos diante de um dilema ocasionado pela vontade de interação e o desejo de prolongamento do encontro já que, muito provavelmente, ela irá fugir rapidamente ao nos perceber.

A Ciência diz que temos uma biofilia, na forma de uma ligação emocional instintiva com a natureza; eu diria que temos uma bio-atração, pois filia, significando "afeição", gera um conflito da semântica com a existência daqueles que estabelecem uma relação de crueldade com os animais.

Se no humano em consideração existe forte consciência ecológica e amor à natureza, ele vai desejar apenas a apreciação do encontro – quiça deseje uma improvável aceitação por parte do espécime; se, ao contrário, não existe a filia natural no humano do encontro, ele pode querer assustar o bicho para sua diversão, prendê-lo em jaulas, ou até matá-lo.
O primeiro vai reconhecer no animal um ente consciente e com direito a viver livre e a seguir seu destino de animal selvagem; o outro vai querer aprisionar ou sugar a vida e a alegria pueril que está à sua frente.

A indiferença, porém, é quase impossível de acontecer – eis um fato!

Então, qual o significado destes instintos naturais que afloram e efervescem em encontros inter-animais?

Minha hipótese é de que se trata de um rápido despertar de um sentimento místico de (re)união com a natureza, de religação com o espírito planetário que conduz e sustenta a vida – ligação esta que perdemos pela razão e civilização. É como se, no momento do encontro, tivéssemos um vislumbre saudoso do aconchegante útero perdido.

Se viemos, em nossas raízes ancestrais, da natureza selvagem e dela nos afastamos substancialmente, os animais, sendo as entidades que moram lá mas que também estão mais próximos a nós por terem sentidos, emoções e até habilidades cognitivas parecidas, se tornam um degrau que podemos alcançar e descer um pouco sem cair e, assim, permitem nos aproximarmos mais do colo que abandonamos à tanto.

São, portanto, o elo que nos aproxima mais intimamente do ventre em que fomos gerados através das eras: a natureza.

Mas só funciona se o encontro for na casa deles, longe da dureza do concreto e da artificialidade de nossas vidas civilizadas.

Nós somos parte da natureza, só nos esquecemos.
Os animais livres nos (re)lembram disso!

EdiVal
12/04/2015